terça-feira, 26 de maio de 2009

Orgulho e renúncia - J.G. de Araujo Jorge

Não penses que a mentira me consola.
Parte em silêncio, será bem melhor.
Se tudo terminou, a tua esmola meu sofrimento ainda fará maior.

Não te condeno e nem te recrimino.
Ninguém tem culpa do que aconteceu
Não posso contrariar meu destino, nem tu poderias contrariar o teu.

Sofro... que importa? Mas não te censuro.
O inevitável quando chega é assim.
Se esse amor não iria ter futuro,
foi bem melhor precipitar seu fim.

Não te condeno e nem te recrimino.
Tinha que ser, tudo passou, morreu
Cada um traz no berço o seu destino e esse afinal, tão desordenado é o meu.

Estranho é quando a afeição se acaba, trazendo inútil consolo ao nosso fim.
Quando penso que ainda ontem, quem sabe, tenhas sentido algum amor por mim.

Não procures mentir, compreendo tudo.
Tudo por si justificado está.
Não tens culpa se te amo, se me iludo...
Se a vida pra mim é que foi má.

Vês? Meus olhos chorando estão contentes.
Não fales nada, vai!
Ninguém te obriga a dizeres aquilo que não sentes.
Nem eu preciso disto, meu amigo.

Parte! E que nunca alguém sofrer te faça, o que sofri com teu ingênuo amor.
Pensa que tudo morre, tudo passa... que hei de esquecer-te seja como for.

Pensa que tudo foi uma tolice?
Só mais tarde, bem sei, compreenderás
as palavras de dor que não te disse
e outras de amor, que não poderei dizer jamais...

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